BlackRock desafia HASH11 pela preferência dos investidores brasileiros

Em 2024, o Bitcoin (BTC) voltou ao centro das atenções no mercado financeiro após a aprovação de ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos. Com isso, os investidores encontraram novas oportunidades para negociar a criptomoeda em um ambiente regulado, movimentando mais de US$ 10 bilhões em diversos fundos. Um dos principais deles é o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, que chegou ao mercado brasileiro em formato BDR, com o ticker IBIT39.

Nos Estados Unidos, o IBIT já acumula uma valorização de 44% desde o seu lançamento em janeiro de 2024. No Brasil, o IBIT39 foi introduzido em março, mas enfrentou uma queda inicial de 16%. O ETF preferido pelos brasileiros, no entanto, ainda é o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), criado em abril de 2021. Em 2024, o HASH11 já alcança uma valorização de 53% e é o segundo maior ETF da B3 em número de investidores.

Principais Diferenças

O HASH11 é um ETF diversificado que contém uma cesta de criptomoedas, com o Bitcoin representando 70% de seu portfólio. Além do BTC, ele inclui Ethereum (ETH), Chainlink (LINK), Arbitrum (ARB), Litecoin (LTC), entre outras criptos. Este fundo é amplamente popular no Brasil e perde apenas para o IVVB11 em número de cotistas.

Por outro lado, o IBIT39 é um BDR que replica o ETF de Bitcoin da BlackRock negociado nos EUA, investindo exclusivamente em Bitcoin. Nos Estados Unidos, ainda não há ETFs que ofereçam exposição a outras criptomoedas além do BTC, o que torna o IBIT39 uma opção mais focada para quem quer investir unicamente no Bitcoin.

Exposição Cambial

Uma diferença crucial entre os dois fundos, conforme explica Virgílio Lage, especialista em criptomoedas da Valor Investimentos, é o tipo de lastro em moeda. O HASH11 é um fundo negociado em reais e com lastro em moeda local. O IBIT39, por sua vez, é um BDR, ou seja, um recibo de ativo estrangeiro lastreado em dólares, embora seja negociado em reais na B3. Esse fator pode gerar variações nas cotações dos ativos devido às flutuações cambiais.

Mesmo assim, para o investidor que possui um BDR de ETF, como o IBIT39, não há exposição direta ao câmbio, uma vez que as operações de compra e venda são realizadas em reais. No entanto, o dólar ainda exerce influência sobre o preço e a volatilidade dos ativos.

Riscos

Raquel Vieira, da WeTrade, explica que, embora o IBIT39 não ofereça diversificação, essa característica pode ser vista como uma vantagem no universo das criptomoedas. No mercado cripto, o Bitcoin é a moeda mais consolidada, o que confere ao fundo uma certa estabilidade em relação a ETFs com criptomoedas menores, que podem aumentar a volatilidade e, consequentemente, o risco do investimento.

Potencial de Valorização

Como o Bitcoin é o ativo mais forte entre os dois fundos, ele é o principal motor de valorização de ambos. Entretanto, a presença de outras criptomoedas no HASH11 pode resultar em maiores variações, especialmente em períodos de alta no mercado cripto. Dessa forma, o HASH11 tende a ser mais volátil e pode apresentar uma valorização superior em momentos de crescimento do mercado.

Em resumo, tanto o HASH11 quanto o IBIT39 oferecem diferentes perfis de investimento para o público brasileiro. Enquanto o HASH11 atrai aqueles que buscam uma cesta variada de criptomoedas, o IBIT39 se torna uma opção interessante para os que preferem a estabilidade relativa do Bitcoin